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Cefaléia

Cefaléia - dor de cabeça
Enxaqueca
Cefaléia em salvas - cefaléia trigêmino-autonômica
Dor - sofrimento

Definição:

Cefaléia é o termo médico para dor de cabeça. É um dos sintomas mais comuns na medicina e uma das queixas mais frequentes de consultas a clínicos, ginecologistas, pediatras e neurologistas. É um dos motivos mais comuns de procura pelos serviços de emergência e de falta ao trabalho. A cefaléia é um sintoma universal no ser humano. Estima-se que 90 a 100% das pessoas terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida. Sua causa pode variar desde condições benignas, tal como a cefaléia tensional episódica, que representa a causa mais comum de cefaléia que se apresentam agudamente, até situações ameaçadoras de vida. Tipos de cefaléia: • Primárias • Secundárias: sintoma que faz parte de uma doença em desenvolvimento.

Cefaléias Primárias

Cefaléia Tensional:

É não pulsátil, em peso ou aperto, bilateral, pode durar de 30 minutos a 7 dias, de intensidade fraca a moderada. Fatores desencadeantes: tensão, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, stress. Causa: Contratura muscular na região cervical, e de toda a musculatura pericraniana (junto ao crânio).

Enxaqueca:

É uma síndrome periódica, frequentemente hereditária, constituída por dores na cabeça, sentidas apenas de um lado, pulsáteis (latejantes) acompanhadas ou não de náuseas e vômitos e que pioram com a atividade física. Afeta cerca de 15% da população brasileira, mais comum em mulheres. A enxaqueca pode ou não ser precedida ou acompanhada por aura (sintomas neurológicos não dolorosos, como pontos brilhantes, luzes coloridas ou em ziguezague, perda de um campo visual, borramento visual e outros, que dura, em média, 20 minutos). Os pacientes acometidos por enxaqueca que apresentam aura são a minoria, no máximo 15%. A crise de enxaqueca tem tempo variável. Em algumas pessoas a crise dura 3 horas em outras alguns dias. A dor pode ser muito forte, chegando a impossibilitar o paciente de exercer suas atividades rotineiras, obrigando-o a ficar isolado em local silencioso (fonofobia) e com pouca luminosidade (fotofobia). Vários pacientes relatam que antes da crise de enxaqueca sentem alteração no seu estado emocional, sentindo depressão ou ansiedade. Outros relatam vontade de comer doces em período anterior à crise. Cada enxaqueca tem a sua característica, mas a principal é a dor intensa e pulsátil.

Fatores desencadeantes
- stress;
- sono prolongado;
- jejum;
- traumatismos cranianos;
- ingestão de alimentos ricos em tiramina (Bebidas: cervejas, vinho tinto encorpado, Xerez, Vermute. pães e amidos: pães feitos com extratos de fermento ou com queijos e carnes envelhecidos, pães caseiros ou ricos em fermento. Lacticínios: queijos envelhecidos e processados, como o queijo Cheddar, azul e pastas de queijo. Podem ser ingeridos os seguintes queijos: cremoso, de quinta, requeijão. Frutos e vegetais: casca de banana, feijão-verde, feijões verdes italianos ou favas, repolho fermentado, lentilhas, feijões lima, chucrute, frutos deteriorados ou excessivamente amadurecidos. Carne e alimentos com proteínas: carnes envelhecidas, secas, curadas, peixe seco ou em molho de picles, fígado, extratos de carne, salame ou salsichas secas, carne ou peixe salgados, fumados ou em molho de picles. Outros: levedura de cerveja, caldos com fermento, molhos comerciais (p.ex. Shoyo), bolachas com queijo, pão caseiro de fermento, pastas de fermento, Misso (pasta de feijão de soja fermentado) e molho de soja, extratos de fermento).
- privação da cafeína, nos indivíduos que consomem grandes quantidades de café durante a semana e não repetem a ingestão durante o fim de semana;

-uso de medicamentos vasodilatadores;
- exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas;
- mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes; alterações climáticas; exercícios intensos;
- queda dos níveis hormonais que ocorre antes da menstruação.

Causa

Não existe um consenso global quanto a causa exata da enxaqueca. Sabe-se que a enxaqueca ocorre devido a disfunção, episódica, na liberação de substâncias químicas inibitórias da sensação de dor, como a beta-endorfina e a serotonina. Estas substâncias inibitórias existem para que não sintamos dores desnecessárias, como por exemplo o roçar da roupa no nosso corpo. No indivíduo com enxaqueca há uma diminuição destas substâncias, então sentirá dor de cabeça intensa, mesmo com as funções normais (fisiológicas) do seu organismo. Por exemplo: a pulsação normal e natural nas artérias da cabeça, que é transmitida pelos nervos trigêmeos e occipitais para regiões cerebrais, será reconhecida como dor, durante as crises de enxaqueca, devido não ter ocorrido a devida inibição dessa sensação pelas substâncias inibitórias. Porém o motivo exato destas alterações bioquímicas, causando a crise de enxaqueca, ainda não foi totalmente definido pela ciência.

 

Tratamento preventivo não medicamentoso da enxaqueca:
- Dieta pobre em tiramina, álcool e cafeína
- Evitar locais muito barulhentos, estressores e com excesso de luminosidade
- Praticar exercícios físicos regularmente

- Higiene do sono (procurar dormir em horários regulares, por cerca de 8 horas, inclusive em finais de semana. Falta de sono ou sono em excesso são prejudiciais).

 

Tratamento não medicamento da crise leve de enxaqueca
- Repouso em quarto escuro, evitar barulho e, se possível, conciliar o sono. Medidas como o uso de bolsas de gelo e/ou compressão das artérias das têmporas podem ser úteis.

 

 

Cefaléia em salvas:

É caracterizada por dor intensa, em pressão, queimação ou aguda penetrante, unilateral,  geralmente em torno da órbita, durando de 15 a 180 minutos, se não tratada. Pode ser acompanhada de vermelhidão no olho, lacrimejamento, congestão nasal, queda da pálpebra e miose (contração pupilar) do mesmo lado da dor (sintomas autonômicos). O paciente refere sensação de inquietude ou agitação durante a crise. As crises têm uma frequência de uma a cada dois dias a oito por dia. É caracterizada pela ritmicidade (ocorre quase sempre na mesma época do ano) e por ser frequentemente noturna, acordando o paciente no meio da noite. Os surtos são separados por períodos de remissão de meses a anos. Diferente da cefaléia tensional e da enxaqueca, ocorre mais em homens que em mulheres, numa proporção de 3:1 , em qualquer idade, mas, mais frequentemente, entre os 20 e 40 anos. Fatores desencadeantes: durante os surtos, muitos pacientes deflagram as crises com a ingestão de álcool (mesmo em pequenas quantidades) , do contato com cheiros ativos de solventes químicos e quando dormem tarde. Fora dos períodos de crise estes fatores não desencadeiam a dor. Causa: não há uma causa conhecida, mas, as teorias postuladas tentam explicar seu caráter cíclico, a presença dos sintomas autonômicos e a localização periorbitária. Então estão sendo estudados o núcleo supraquiasmático do hipotálamo e as vizinhanças do seio cavernoso. Há uma teoria postulando que haja um processo inflamatório de origem desconhecida dentro do seio cavernoso, causando o envolvimento das estruturas que transitam por ele, como o nervo trigêmeo e ramos simpáticos e parassimpáticos intracranianos.

Outras Cefaléias primárias:
Cefaléia em facadas
- Cefaléia da tosse
- Cefaléia do exercício
- Cefaléia associada à atividade sexual (pré-orgásmica e orgásmica)
- Cefaléia hípnica
- Cefaléia explosiva, ou em trovão
- Hemicrânia Contínua Cefaléias Secundárias As cefaléias secundárias são aquelas causadas por patologias que envolvem as estruturas intracranianas, cervicais ou faciais e, portanto, devem ser investigadas, a fim de, não só tratar-se o processo doloroso, mas também a patologia por trás do mesmo.

 

São causas de cefaléias secundárias:
- Traumatismo craniano
- Tumores intracranianos
- Aneurismas dos vasos cerebrais
- Hemorragias cerebrais
- Infecções intracranianas ou paracranianas, como sinusites, otites e amigdalites.
- Inflamações dos vasos intracranianos, como arterites e angeites, e tromboses venosas      intracranianas

- Distúrbios metabólicos e endócrinos (baixa oxigenação cerebral, aumento dos níveis de gás carbônico, hipoglicemia, durante a hemodiálise, hipotireoidismo, encefalopatia hipertensiva, eclâmpsia)
- Afecções oculares (hipermetropia, distúrbios de convergência, inflamações oculares, glaucoma)
- Doenças da coluna cervical
- Disfunções da articulação temporomandibular e outras doenças oromandibulares
- Doenças do ouvido e seios da face
- Neuralgias faciais
Ao médico cabe identificar os sinais que indicam a possibilidade de uma causa de cefaléia secundária, solicitando a investigação adequada.

FATORES DE ALARME
- Mudança de padrão ou progressão da cefaléia
- Pior cefaléia já experimentada
- Cefaléia súbita/explosiva em pacientes < 5 anos ou > 50 anos
- Cefaléia em pacientes imunodeprimidos ( em quimioterapia, em uso de imunossupressores, doentes de AIDS)
- Início abrupto
- História de alteração ou perda de consciência
- Convulsões
- Sintomas neurológicos com duração maior que 1 hora
- Cefaléia precipitada por exercício, atividade sexual ou manobra de Valsalva (esforço abdominal – p.ex. evacuação)
- Traumatismo Cranioencefálico recente
- História de neoplasia (câncer)

"A maior dor é aquela que se está sentindo."

“ A dor é o algoz da alma, que clama por misericórdia e misericordioso é o curador,

 que trilha, incansável, o intrincado caminho do conhecimento para o seu alívio”.

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